MEDO
Drummond já elegeu em seu congresso
O medo, assassino do amor,
E encima de sua campa colocou
Uma amedrontada flor de gesso.
Sensível ao extremo a pobre flor,
Virando cada pétala do avesso,
E vendo a raça humana sem apreço
Pela afeição, de medo amarelou.
E à mera oscilação suave e doce
Do galho pelo orvalho é como fosse
Algo que a expusesse a grande risco,
Assim, sempre que o galho remexia,
Uma ruga nas pétalas se abria,
Até morrer de medo de um chuvisco.