Raimunda!
Feito em interação ao soneto do mestre poeta Joaquim Garcia: A quem de direito.
Raimunda
Ora, já que você falou na tal Raimunda,
Aparecue-me, aqui, a rima inconsequente,
Ela que abubda, tão quão abundantemente,
Superior à Esmeralda do feio Corcunda.
Lamento, mas não é uma expressão jocunda,
Que é usada tão sorrateiramente,
Que, na verdade, é feia e indecente,
E não me ocorre de onde ela seria oriunda.
Não julgo ninguém pelas tolas circunstâncias,
Que nos surgem, por vezes, em muitas instâncias,
Sabe-se lá, com qual destinação segunda.
Não emitiu conceito na assistência alheia,
Raimunda que parece ser de cara feia,
No contraponto, é muito boa de culinária.
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Agradeço penhorado ao Poeta Solano Brum por essa delicadeza👇🏻
GATO ESCALDADO
Solano Brum
Era uma festa na cidadezinha
O circo e o palhaço anunciando...
Encantava a mim e a Terezinha,
A quem o coração estava amando.
Se fato ou “fake” ou uma fantasia
Que o palhaço é ladrão de mulher;
Também nos atesta a Mitologia
De que Zeus, tirava isso de colher!
Agora esse Sol de manhãzinha,
Vazando as frestas da janela,
Recordo-me da Doce Terezinha
Que foi com o circo desarmado!
Não quero o sol entre mim e ela,
Privilégio mas sou gato escaldado!**
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O excelente cordelistas e sonetista Ansilgus me presenteou com esse mimo.
Raimunda – 16.09.2022 (NPRL)
A Raimunda provém daquela roça,
Que nosso Joca plantou no beira-rio,
Que fica lá bem perto da palhoça,
Onde ela se abraçava com meu tio...
Seu belo corpo ainda sempre coça,
Mesmo com todo vigor do alvedrio,
E nenhuma reação ela esboça,
Porém daqui de tão longe, sorrio...
Sei que ela de mim nunca esteve afim,
Nem eu mereço a sua limpidez,
De mulher do trabalho e da grandeza...
Que desta vida sabe o que é ruim,
No dia a dia, de tanta estupidez,
É muito linda e parece uma alteza.