URNA DO AMOR

A urna do amor é coisa estranha

E em estranhezas nada lhe é igual,

Desse modo sossego sempre ganha

Quem torto olha esse pleito eleitoral.

Na urna do amor qualquer patranha

Pode ocorrer, quem põe fé, afinal,

Em que quem tecla, sob uma artimanha,

Não apoie um candidato digital?

Dizem que nesses anos foi honesta

E quem falar mal dela é que não presta,

Já que a urna é inviolável.

E que só quem já é gato escaldado,

E do parceiro tem desconfiado,

Crê em amor impresso e auditável