CÃOZINHO
Vem cá, algodão doce, aqui, querido,
Chamou, fez um afago, deu um abraço,
Depois me fez seguir preso a seu braço,
Como fosse o bichinho preferido.
Mas não me atendia em um pedido,
Mostrando quem mandava no pedaço,
E conduzido, sob guia de aço,
Não podia emitir nenhum latido.
Com o tempo, tornou-se negligente,
E mesmo que me visse ao chão carente,
O pires de amor era negado.
Ao certo, o quanto foi, isso não sei,
Mas ao vê-la com um gato, eu chorei,
Como chora um cãozinho abandonado.