“LUA (que já foi mais) CHEIA”
Adormeci ao som de meus tormentos
A escuridão ia lambendo cada canto
A lua cheia debochando de lamentos
Aparecia com um quê de desencanto
O pesadelo caminhava a largos passos
Nele a cigana, insistente, contra o não
Olhos azuis, na face de negros traços
Me prendiam; e ela a eu, a minha mão
E rompidos num sorriso à contra gosto
Os silêncios que reinavam desde então
Co’a fala mansa, que saía sem esforço
Se escondia com a sombra sobre rosto
Foi-me dizendo “luz de luar é perdição:
sublima almas, suprimindo-lhes a razão”...
A lua cheia persiste até
sábado (1/12) 09:45h...