Verdade e mentira

Não sou eu da verdade o proprietário,

Nem jogo com a mentira carteado,

As duas andam sempre lado a lado

E povoam o nosso imaginário.

Quem se apega à mentira é um otário,

Pensa que leva o mundo enganado,

No entanto, ele se faz ludibriado

E termina em si mesmo solitário.

"Que seja o teu sim, sim e o teu não, não";

Pra que não seja tua palavra em vão,

Rasgada ao vento igual trapos em tiras.

*"Cansa-te repetir a crua verdade?"

Então, tua fala e índole há de

Afeiçoar-se sempre à mentira.

* O Ministro do S T.F. Luis Roberto Barroso disse em nota que, era-lhe cansativo reiterar verdades. Decerto, as verdades dele.

Quem se cansa de repetir verdades, tem propensão a ratificar mentiras.

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O Poeta Joaquim Garcia e suas incríveis"tiradas". Mandou-me este poema construído, segundo ele, há muito tempo. O sol não perde o brilho com a idade. Obrigado, minhas página ficou melhor.

A Mentira

A mentira nos tira o valor e o respeito,

De quebra perdemos a credibilidade.

Ao adentrar este caminho curto e estreito, Desdenhamos a larga estrada da verdade.

Note que a mentira nunca anda sozinha,

Por sua base frágil, só, não se sustenta.

Sem outra para apoiá-la, é mentirinha,

Logo se revela, nas pernas não se aguenta.

Pobre de quem se viu cair nesta enrascada, Numa escapada cometeu um pecadilho.

Quis esconder e resolveu não contar nada,

Só que a estória que inventou nunca fechava, De repetida parecia um estribilho,

Perdia o fio e ninguém acreditava.

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Do Poeta Joaquim Veríssimo Ferreira recebe essa participação especial, que muito me honra.

Soneto imunisante

Pensei n'um soneto da verdade

E perguntei se ela me inspira

Senti precisar de imunidade

E tomei o antídoto da mentira

Logo desprezei a falcidade

Rasguei o egoísmo em finas tiras

Para que se decomponha em totalidade

Pondo fim ao ódio e todas iras

Mas não fiz um castelo pro amor

Para não lhe impor privacidade

Para que na sociedade se insira

Cavando a sepultura da mentira

Banindo tudo que é contravalor

Se intale o trono e o Reino da VERDADE. Joaquim Veríssimo Ferreira