Inverno
Branca estação que as faces empalidece
em finura de branda lágrima que escorre
dos céus cinzentos cai a ave que morre
ao ver Perséfone que ao Hades desce
Gélida semente que no frio não cresce
árvores desbotadas e animais dormem
no refúgio sem gelo a planta disforme
recorda a doce primavera que fenece
Nem o amor sobreviveu à luz pálida
seu calor expira ao nevoeiro externo
hibernando em glacial certeza cálida
ventos atravessam o álgido inferno
cortando o ar de tristeza esquálida
no ardil sofrido do rigoroso inverno