CAMALEOA

Soubesses, tu, nadar feito as sereias,

serias, pois, motivo de queixumes.

E Poseidon... ferido de ciúmes,

ao ver teus olhos, quando os incendeias.

Por ironia a Zeus, estes teus lumes,

com luzes verde-azuis de mil candeias,

no Olimpo em seu altar de nobres ceias,

faltou o olhar mais belo dentre os numes.

Atemporal!... Mas, deuses são eternos.

Quem sabe, ao panteão dos hodiernos,

teu rosto seja, há tempos, conhecido?...

Eu vou guardar-te assim, Camaleoa,

deusa de olhar azul, lembrança boa,

nos versos de um poema, embevecido.