Soneto modernista: culta contradição
Pintou-se a revolução em feroz melodia
nos palcos que ecoaram a voz do artista
cuja vanguarda de inspiração foge à vista
diante de tão loquaz e inovadora ousadia
Liberdade que inaugura o fulgor do dia
após trevas de uma arte academicista
e escuridão da mesmice parnasianista
Vibremos ao som da digna antropofagia
Na pintura, o clássico jaz deselegante
Teatro, música e literatura moderna
saúdam Tarsila, Mário e Di Cavalcanti
A semana de 22 não foi pura baderna
Efeméride de independência militante
Seus gritos ressoam em chama eterna