Vestígios vestidos de versos
O que sobrou daquele amor sem fim?
A saudade no peito, conchas e cartas
uma vã e bem guardada ternura farta
nos silêncios dissolvidos sem um sim
Restos, sobras, sombras, cobras
um quieto, sombrio sobrado calmo
longe de mim, a mais de um palmo
em lenta decomposição das horas
Minha boca ferve à sua lembrança
em dura busca por ternos beijos
Não foge de mim uma esperança
Minha pele lembra o eterno enlace
Já corroído pelo desespero cruel
de jamais voltar a tocar a sua face