SÓCIOPATA (SONETO)
SÓCIOPATA (SONETO)
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Andando pedindo comida e dinheiro a uma lata,
Desprezado por muitos almofadinhas de gravata,
Amigo do peito um cão guia a quatro patas,
Sob pontes, postes, marquises, embargos ou matas.
Pé no chão pra quem não tem alguma alpargata...
Pra sociedade é vadio e atoá como um pirata...
Costeiros talvez durma nas manilha ou fragatas,
Pedinte de algo a alguém que lhe dê alguma prata.
Ausentado de pão, água, massas, quitutes e batatas,
Dormindo no relento a companhia dos ratos e baratas,
Frio, chuva ou calor sobrevivendo a fúria de cada etapa.
Longe de tudo como do amor de quem a dá uma capa;
Aquele que custeia uma cidadania vazada é sóciopata,
Descasuando a ajudar quando a fiança de interesse a escapa.