SÓCIOPATA (SONETO)

SÓCIOPATA (SONETO)

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Andando pedindo comida e dinheiro a uma lata,

Desprezado por muitos almofadinhas de gravata,

Amigo do peito um cão guia a quatro patas,

Sob pontes, postes, marquises, embargos ou matas.

Pé no chão pra quem não tem alguma alpargata...

Pra sociedade é vadio e atoá como um pirata...

Costeiros talvez durma nas manilha ou fragatas,

Pedinte de algo a alguém que lhe dê alguma prata.

Ausentado de pão, água, massas, quitutes e batatas,

Dormindo no relento a companhia dos ratos e baratas,

Frio, chuva ou calor sobrevivendo a fúria de cada etapa.

Longe de tudo como do amor de quem a dá uma capa;

Aquele que custeia uma cidadania vazada é sóciopata,

Descasuando a ajudar quando a fiança de interesse a escapa.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 15/03/2022
Reeditado em 16/03/2022
Código do texto: T7472855
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