Fina chuva
Calma lágrima nua presenteada pelo céu
molhando as ruas sem encharcar o dia
enevoado e pálido, rega a doce poesia
despenca em prantos no franzino véu
Melancolia em tinta fria colore o pincel
em horizonte nublado, a flor que sorria
acinzenta a tela de ingênua ousadia
do sol escondido no canto do papel
Brumas se arrastam pelo fim da tarde
em difusa névoa dançam pensamentos
inundados pela imaginação que arde
Água no solo fertilizou o abatimento
no vigor do som intocado sem alarde
foscos pingos caem para meu alento