Ser Errante
Estou só, uma vez mais, em campo árido
E este é um caminho já sem retorno
O sol que me aquecia, ora é morno
O olhar que em mim luzia, ora é pálido
Estou só, e em vão, procuro, ávido
Além do fim, do horizonte e meu entorno
Uma cura qualquer pra esse transtorno
De esperar que o amor seja fiel e cálido
A solidão é uma ferida lancinante
E a minha mantém-se aberta, não se cura
Essa secura na alma, vil e constante
Que forjou minha essência e estrutura
E faz de mim um eterno ser errante
Numa fuga eterna de sua loucura