Soneto à beleza tua
Como poderia este poeta descrever
Em insuficientes versos tua beleza?
Se a palavra não apreende tal grandeza
E se é em cada gesto teu que se faz ver
Que há algo, neste mundo, a transcender
A razão humana, que se supõe certeza
E se é em cada sorrir teu em que a tristeza
se põe, nos olhos que o miram, a derreter
Só resta ao poeta então reconhecer
Que não há palavra que tenha a leveza
Que faça algum leitor se suspender
Num ponto eterno e singular de luz acesa
Que mostra o que estava a se esconder
Desnudando o mistério maior da natureza