A fome humana
A fome humana, grande mistério
Que encerra sua origem, e ainda mais:
Sua transformação, em boca voraz
Que faz de um jardim, um cemitério
Tal fome leva a saciedade a sério
Que para tê-la, engole a paz
Em seu estômago, a humanidade jaz
Para a glória de seu império
Nada mais há, do que humano seja
Que já não esteja, por ela, absorvido
Enquanto o humano, no ser, fraqueja
Ela se serve, do homem, entretido
Ou com as promessas vãs de sua igreja
Ou com o jogo de futebol, vencido.