Saudade - XI
Saudade
Eu plantei em terreno fértil e adubado,
Uma bela roseira lilás escandente,
Daquelas que mantém presa a vista da gente,
E reverbera mesmo co'o tempo nublado.
Cresceu, logo tomando conta do cercado,
Subiu no limoeiro que plantado em frente,
Levando a sufocá-lo inclementemente,
Até debilitar o seu físico estado.
Pois é exatamente assim que age a saudade,
Não poupa o coração de ninguém nem idade
E segue sufocando, embora lentamente.
Tua saudade é igual à planta trepadeira,
Que sufocando envolve assim desta maneira,
Que aos poucos enreda o coração da gente.
Aracaju-Sergipe, 06/02/2022
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Recebi e agradeço, do Poeta Jota Garcia, este primor de Soneto:
LEMBRANÇA BOA VIRA SAUDADE
Pela vida acumulamos lembranças,
As boas se transformam em saudades.
São os amores e as amizades,
Que cultivamos desde crianças.
Nos acompanham em nossas andanças, Jovens ou não, não importa a idade,
Crescem com o tempo, em intensidade,
Na proporção que a idade avança.
Lembrar é como viver outra vez,
Receber de novo o bem que nos fez,
Sem o perigo que dê algo errado.
É como um filme, ou um seriado
Que já vimos, sabemos o final.
Tudo se repete, tudo é igual.