Vênus, a marinheira.
O dono da letra, voz verdadeira.
Homem e mulher, rio e lagoa.
Escritos e escritas passageiras
São os rumos ligeiros duma canoa.
O dono da letra, voz ribanceira
Letal o colapso, revira a proa
Escritos duma escrita derradeira
São os fins naufragados à toa.
Então, se a moda passa, contraste
À deriva de um capricho qualquer...
Mulher marinheira, erga o mastro.
Pois, caso o poeta perdido se afaste
Além do encontro, há de torcer
O pescoço procurando o teu astro.