CASARÃO

Eu era um casarão quase à ruína,

Quando alguém em mim quis habitar,

E ao promover reformas no lugar

Fez da felicidade inquilina.

Contudo, a vida impôs dura rotina

E veio o casarão quase a tombar,

Tendo a felicidade, ao se mudar,

Dito-lhe “a solidão é tua sina”.

Mas, certo dia, ouvindo o carrilhão

Do peito a badalar e por que não

Ter a fachada e os cômodos mudados,

Abri as portas para um novo amor

E reformada em belo bangalô

Entreguei-me feliz a seus cuidados.