E PLURIBUS UNUM
Todo mundo tem um amigo estranho
E eu sou esse estranho de um amigo
O que deixou de ser meu inimigo
Para dar-me amizade sem tamanho.
E da nossa amizade muito ganho
E nem sei se ele ganha algo comigo,
Não tem nada de mim, e eu nem ligo,
Se o que existir igual for bem tacanho.
Às vezes, penso, como neste instante,
Que o gostar um do outro é bastante
Para nos confundir com dois irmãos.
De quem eu sou o estranho, sou eu mesmo
Que ao perambular na mente a esmo
Encontro dois de mim dando as mãos.