LUZ ETERNA

Há uma luz que nunca se apaga

E quando acende chama-se amor,

Perdidos o calor e o vigor,

Tem nome de saudade e nos esmaga.

Fria a saudade é gume de adaga,

A mais cruel que já se empunhou

Contra quem sofre tanto o desamor

Da lembrança que à mente em ondas vaga.

Invisível, se queima, não sossega,

E numa pele quando se apega

Vai fundo até queimar o coração.

É luz a dar de efeito a fúria ou a calma,

Se quando amor, aviva corpo e alma,

Mas, saudade, só aclara a solidão.