ANO NOVO?
Joguei o rabo de olho sobre a rua
Pela pequena fresta da janela
E apesar de tirar toda remela
Vi que o velho no novo continua.
Vestiram-se calcinhas cor de lua,
E cuecas novas em cor amarela,
Uns indo à festa e outros à capela
Pedir aos santos... Mas que fé ingênua!
Eu? Me vesti de mim e dormi cedo,
De velho e de criança tenho medo,
Pois nunca sei o que vão aprontar.
E nada imaginei de diferente,
Seria o ano novo o presente
Que eu tinha de ir à loja pra trocar.