MANIAS

Manias tenho igual a todo mundo,

Entre as quais por os débitos num vaso

E os pecados noutro, e sem dar prazo,

Prometer de um e outro ver o fundo.

Mas como sempre em contas me afundo,

Mantendo as parcelas em atraso,

Não dispensando, ainda, um bom caso,

Vira a jura um fiasco e rotundo.

Devo não nego e busco remissão,

Prometendo a Deus em oração

E aos homens em cheques voadores.

Mas a maior mania que eu tenho

É prometer e nunca dar empenho

Às promessas que faço a meus credores.