Pincéis e Tintas Frescas Não bebo o fel da tua boca Sem que o meu não sintas e sofra. Os dedos na taça dedilhou a sorte Ferveu a língua em sortilégios. Teu ser inocente estampa indecência, Roem as unhas nos porões da cidade A verter a sede incessante de se ver No espelho quebrado do outro. O novo jâ é velho, viajante do destino, As mãos acaricia o tempo que está indo, Talvez dê trégua a insensatez dos justos. A hora é agora de cortar as arestas, De rever as pautas e restaurar a pintura. É preciso pincéis e tintas frescas.