Eu, pai!
Um frio na espinha, que sobe à nuca
Me pego trajado de homem arredio
Firmo-me na força de um estar
Sem bem saber, para onde irei
Um rio caminha, e a água batuca
Me pego arrepiado de tanto frio
Firmo-me no barco à navegar
Sem bem saber como remarei.
Me sento na proa, que não me aguenta
Caio, me perco, não sei o que faço
Deslizo em bolhas e por festucas
E este molhado me cheira à placenta
Há uma criança aqui em meus braços
Deslizo em amor e me salvo em açúcar.