ESCOLHA

Quer fresta na parede apertada,

Quer flor na funda vala disfarçada.

Se o ar falta, clama ao vento a presença,

Sob seus pés, conserva a desavença.

No ar selvagem nada a natureza,

Na má palavra flui o bom engano,

No real sonho se veste a crueza,

E navega para matar o dano.

Mas o longe diz palavras estreitas

Tecendo no peito, carvão e nada,

Ângulo agudo de dores perfeitas.

A realidade mata a poesia,

A alma em arte cria a verdade,

Ao poeta cabe a sorte que temia.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 14/10/2021
Reeditado em 16/10/2021
Código do texto: T7363788
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