"A VIDA É CURTA... CURTA"
A borboleta lamenta a asa partida
Prostrada num beco estreito da vida
Vivida, como se fosse uma lagarta
Longe do verde de amoreira tão farta
Feliz há pouco, em noite clara vazia
Voa ao vento do por do sol que partia
Parindo, outra existencia tão breve
Bastante, só a quem viver se atreve
Atem-se suas asas, antes que a neve
Na fronte, desta estação se entreve
Encurte o tempo de sobra para partida
Pouco demais, então seja leve
Levitando ao sopro tenue da vida
Voe... não lamente a asa partida.