CARTEIRO
O carteiro, umas vezes, bate à porta
E entrega o volume esperado,
Com um objeto que, se pouco importa,
É esquecido, tão logo, seja usado.
Em outras, ele traz o inesperado
E a vibração do peito até se corta,
Por conta de algo que muito ansiado
Entre a vista baça se recorta.
O volume entregue hoje cedo,
Inesperadamente, causou medo
Por conta do que dele dentro havia.
O pensamento era o carteiro
Que entregou a saudade no balseiro
De águas que dos olhos escorria.