Navegante


 
Seus olhos eram como ilha distante.
Eu naufraguei nas águas ao redor,
Nadei em vão na direção errante
Na esperança de não viver mais só.
 
Ao meu socorro, a lua, tão exultante,
Apontava aos confins de um novo dia.
Meu coração, cativo, habitante
Desse amor,  resistiu a dor tão fria.
 
Agora, de tal mar sou navegante.
Porto seguro, não busco, vou ainda...
A paixão há de seguir sempre adiante! 

Quando minha viagem dar-se por finda,
Jogarei ao mar meu coração amante
Assim direi a calmaria: seja bem-vinda!