ENCARCERADO

Um pedaço de mundo emoldurado

Pela grade de ferro da janela

Eu vejo no martírio de uma cela

Da prisão onde me acho confinado.

Ninguém se compadece do meu fado

De dia, só de noite uma estrela,

Pondo-me o olhar, do céu escuro vela

Quem de terror não cede ao enfado.

Fui esquecido por todos no mundo,

Depois de haver trocado num segundo

A fé por uma vida de penar.

Converso com a estrela pela grade

E nem lhe peço mais por liberdade,

Mas que sempre me venha visitar.