À DEMOCRACIA

Não importa que doa, vou doar

Uma gota de sangue à doente

Democracia que arqueja, gente,

Caída ao chão, sem quase respirar.

Ir às ruas, morrer ou apanhar,

Na ação policial inconsequente,

Talvez não seja algo inteligente,

Mas se preciso for, dou-me a pegar.

Se cada um doar uma só gota,

Vão-se suprir artérias que a bota

Do “fáscio” a liberdade asfixia.

Vão-se mostrar no corpo as cicatrizes,

Como medalhas em almas felizes

Da provação de fé à democracia.