DA JANELA

Abro a janela... A vida que havia

Já não caminha alegre no passeio...

Na rua uns seguem sem se ver no meio

De uma tresloucada fantasia.

Olha aquele... É o mesmo que eu não via

Há muito tempo, e tinha até receio

De que do mundo já estivesse alheio,

Mas segue arrastando a velha empáfia...

Igual a todos veste o que convém,

Mas a roupa eu sei não ser de quem

Adota o afetado movimento.

A vida que ainda dizem existir

Não vejo da janela... E sair

Para viver tal vida, eu já nem tento.