Sucuri

Sucuri

Portadora de andar faceiro e tardo, 

Na procura da presa que alimenta, 

A tudo se mantém alerta e atenta

Ao ataque se lança como um dardo. 

Laça e amarra seguro como a um fardo, 

Osso por osso prensa e arrebenta,

Asfixia a levar morte incruenta,

Para enriquecer seu  interno lardo.

Alguns amores a ela se assemelham

Sobrevivem de espreitas e esguelham,

Que hipnotizam e atraem tudo pra si. 

Quem em nome do amor fere e maltrata,

Suga, asfixia, sufoca, prende e mata, 

Tão igualmente a uma sucuri.

Aracaju-Sergipe, 08/05/2021

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O amigo e exímio Poeta Jota Garcia premiou-me com essa peça feita de encomenda. De fato, inspiração você tem de litros. Obrigado.

POR FALAR EM COBRA

Nem só de amor vive a poesia,

Poesia está seja aonde for.

Nisto consiste o seu maior valor,

Há poesia na noite, há poesia no dia.

Só o poeta vê a harmonia

Que transita entre o perfume e a cor,

E justifica que haja dor no amor,

Para que assim ele tenha mais valia.

Até mesmo a horripilante cobra,

Se preciso, inclui em sua obra,

Como se fosse por um desafio,

Que a si mesmo faz, como quem graceja,

Isto pra mim, é qual beber cerveja,

É que inspiração, ele tem de sobra.

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Recebi com carinho a participação do Poeta pernambucano Ansilgus, que muito valorizou a minha obra.

SONETO - Os cobras – 10.05.2021 (NPRL)

Faz tempo que reflito sobre cobras,

Venenosas ou não, mas é preciso,

A minha cuca está cheia de dobras,

Porém terei de ser muito conciso...

Uma serpente ousada, inteligente,

Sobe, nada, se enrola e em tudo encaixa,

Até se alonga em modo contundente,

Se a presa escapa fica cabisbaixa...

Há espécimes brandas que merecem,

O nosso sentimento e gratidão,

Pelo bem que nos trazem ao ambiente...

Que vira e mexe fazem e acontecem,

Os seus botes são versos de emoção,

Em seus poemas por demais pungentes.

SilvaGusmão