Para tempos sombrios
Fragmentos do pó a esperança
encerra pálida na doída obediência
alumiando incerta a andança
que insiste em desfazer-se de tal doença
Se vão os tempos de são otimismo
em que a firme ilusão se aquecia
no vislumbre do ensimesmado destino
vestido de sonhos, cujos males esquecia
Brilha já distante a estrada de outrora
da livre expressão, casta e ingênua
Tarda o amanhã, que o enigma demora
É dura a dita causa, dura dita de meu pesar
não há ternuras que descrevam a tortura
de se esconder, esquecer e não contrariar