QUERO DEIXAR DE SER HUMANO
Quero deixar de ser terno, só anónimo,
Sem querer jogar a vida, como dados,
Que seguro na mão, entre meus dedos,
Numa espécie de amor, sem sinônimo.
Desejo viver no abalo do sol, homónimo,
Não perecer de uma paixão, segredos,
E ao perecer de uma fraqueza, os medos,
Viver como um pássaro, ser, mitônimo.
E ao naufragar no infinito, meu barco,
Na viagem, que obedece aos desvios...
Caçando sonhos difíceis, depois do arco.
Quero deixar de ser humano, porventura,
Não acredito mais, nesses seres, os brios,
O meu eu e eu, estão em excesso de loucura.
Léo Pajeú