OS NEGROS PÓS FIM DA ESCRAVIDÃO - SAMBA (SONETO)
OS NEGROS PÓS FIM DA ESCRAVIDÃO (SONETO)
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Após a abolição dos escravos por exigência inglesa,
A elite incomodada com a culpa que viria acarretar,
Liberaram os negros reclusos na sociedade a vagar,
Isento de identidade, igualdade e cidadania a defesa.
Empurrando para os barracos nos morros a destreza,
Vielas dos cortiços e favelas à procura por onde morar,
Miséria querendo achar lugar ou emprego a trabalhar,
Uma família a que ele pudesse formar e sustentar.
Trabalho até onde conseguir para cedo acordar,
Despertando pelo galo pontual alardeando a cantar,
Vendo o sol despontando pela manhã do dia a raiar.
Subidas dos morros a uma boca faminta a chorar,
Negro recém libertos indo a luta por querer se virar;
Pela desigualdade de reconhecer a sua real beleza.
Ex-escravo era humilhação a aproximação da nobreza,
Como pressuposto imaginar da burguesia e da realeza.
Afro-descendentes tinham que pelo seu valor ir a lutar.