Soneto
Não mais acredito nas tuas palavras
Que dizem pôr fim nesta solidão
Pois, por fim, se tornam falsa ilusão,
O engodo mais frio de tuas promessas.
Vais. Aprofunda as raízes do teu coração
E esqueças que tenho palavra, respeito,
Mas o medo corrói qual ferrugem teu leito
E, aflita, corrompe a tua emoção.
Não viste meu pranto partido, contrito?
Agora não mais se turva em lágrimas,
Se as raízes te afundam na tua prisão.
E no claustro da vida, no que acreditas,
Este medo aparta esta tênue ilusão
Rasgando a fibra que tenho em meu peito!