PRELIMINARES

Não há um tempo certo ou medida,

Por que tudo depende do momento,

Mas com certeza todo o sentimento

Deve expressar-se em forma comedida.

Na voz das mãos será dada a partida,

Se a boca cala em doce entretimento,

E as carícias sem açodamento

Devem cobrir a pele estremecida.

É devagar, sem pressa que se chega

Aonde o sentido já navega,

Fingindo se perder pelo caminho.

O tempo certo sempre se anuncia

Na vibração do corpo entregue à ânsia

De que se à morte for, não vai sozinho.