XAVANTES GRANDEZA DO TINGUI - SAMBA (SONETO)

XAVANTES GRANDEZA DO TINGUI - SAMBA (SONETO)

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

XAVANTES

Tribo primitiva, hereditária e altiva,

Basta nas primazias das heróicas e companheiras

Por todo este grandioso país.

Pelos idiomas português, Je e Tupi-guarani,

Pelas turmas das perspicazes cores,

Tangas e cocares vermelho e brancos

A alegria por uma imensa e dantesca raiz.

Enraizado pelo guardado a convivência do TINGUI,

Casas, choupanas, meia água em suas aldeias,

Postes ou praças, poços artesianos nos planos,

Monumento com esculturas outras com chafariz.

Calçadas andantes pelas suas direções riscado a um giz,

Saltos das brincadeiras das amarelinhas ou pular a corda,

Lugares próximos, longínquos ou estacionado por aqui,

Masurpiais, anfíbios ou répteis como as proezas dos quatis.

Oiapoque, Bandeiras, Caminho do Buraco ou Chapuri,

Chapéu de palha feito da folha cozida do buriti,

Espécies e hábitat como do primata buriquis;

Tangerineira, laranjais, araçás, goiabeiras e pequiá.

Coqueiros, mangueiras, pitangueiras e pés de caquis...

Verde, amarelo, azul e branco tendo a que tingir...

Moitas ou escuros para namorar ou fazer xixi...

Lendas, tradições, comemorações ou fetiche.

Cantando os canários, sábias, tizius e coleiros,

Gorgeando nos galhos, arvoredos ou nos puleiros;

Cavalos, bois e ovelhas e galos, gansos e patos,

Currais, bosques, celeiros chiqueiros ou galinheiros.

Coral, limpa campo, d'água, urutu, jararaca e surucucu,

Bunda de mucambo, alface, bertalha, agrião e caruru;

Curau, mingau, pirão, pilorda, ensopado e angu,

Alfavaca, quento, cheiro-verde, arnica e urucum.

Fazenda de Santa Maria,

Antigos em suas histórias ou estórias tudo contavam e diziam,

Criações e invenções daquilo que no pensamento existia...

Escutar pelo rádio ou revistas ou gibis a que liam...

Cortado, margeado ou paralelo ao Rio do Melo,

Pelo seu ar que é o mais puro transvazando algum furo,

Seu amor que é o mais sublime, nobre e singelo belo,

Pular carniça, bambu cavalo, pião ou martelo.

Largo do Jenipapo jantando nos belos pratos,

Amigos em conversas por um bom papo...

Tamancos, sandálias, meias lenços e sapatos,

Tênis, chinelos, pés no chão pelos bons tratos.

Duro, Pau Fincado, Salin e Barreira...

Casa de estuque, cobertura de sapê e taboa de esteira,

Tufos, Tabatinga, areias, terras, rebocos e barros,

Carroças, carrocerias, boleias, de algum carro.

Pedra Rasa ou Mário Barulho ou Pedreira,

Ruas de asfalto, entulhos, argilas ou pé de moleques,

Abanos calorosos feitos por alguns leques,

Crianças tratadas pelos codinomes de moleques.

Sons dos atabaques, leituras dos almanaques,

Repiniques com surdos ritmados pelos cursos,

Tarolas, agogôs e tamborins couros afins...

Sambando sorrindo no branco do marfim.

Chocalhos e Maracás, córregos das cachoeiras ou cascatas,

Caças que abrem caminhos pelas matas,

Caminhadas pelos atalhos ou longas estradas,

Cancelas, porteiras, ponteiras ou entradas.

Caaporas, curupiras e sacis...

Ubirajara, Ubirata e Ubiraci... Jurema, Iracema e Iraci...

Abricós, amoras, jambos e sapotis...

Por todos os becos, caminhos e atalhos....

Caçambas para pegar águas no poço,

Ou nas plantações os remendados espantalhos.

Bela Vista, Santa Rosa, Amazonas ou Ipiranga,

Corcundinha, Campo Belo, Capoeiras e Magali;

Vila Nova, Oiticica, Califórnia, central,

Jardim Paulista, Iracema, Elisa Maria, Ultragaz e o Tingui.

São Basílio, Morrinho, Carvalho Ramos, Mendanha,

São Geraldo, Figueira, Ajurana, Cambuci e a Praça Jarici.

Brinquedos feitos com os restos das madeiras,

Unidas a uma qualquer lata, ou ponto de uma estaca,

Monteiro, Vila Jardim, Pina Rangel e Rio da Prata.

Pelas idades do ouro, ferro, bronze ou prata.

João de barro, sanhaçu, coleiro e sibiriri,

Saíra, cambachirra, soco, rolinha, viuvinha, juriti,

Cuitelinho, colibri como beija flor, marrequita, bico-de-lacre e Bentevi.

Quando as luzes apagam indicam a hora de dormir...

Desfilando sua arte de sambar por caminhos a seguir.

Espinheira Santa, carqueja, boldo, logo e sidreira,

Canela, erva-doce, Macaé, Santa Maria, e gervão,

Arruda, quebra-pedra, salgueiro, alecrim e dormideira,

Assa-peixe, juro beba, pinhão-roxo, Carolina, saião e manjericão,

Andaiá, cordão-de-frade, Guiné, cana do brejo e picão.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 01/01/2021
Reeditado em 21/04/2021
Código do texto: T7149370
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.