REFÚGIO

Às vezes, acho bom ficar sozinho

E com a solidão busco lugares

Onde o alvacento riso dos luares

Não é trocado por nenhum carinho.

E outras, o cantar do passarinho,

Que a alma eleva e solta pelos ares,

Quer multidão e o fogo dos olhares,

E então faço de volta o caminho.

Ficar sozinho a nós próprios revela

Como a vida simples é tão bela

E pouco se precisa pra existir.

E, também, que, aonde formos só, nos falta,

Não os aplausos fúteis da ribalta,

Mas quem queira ao refúgio nos seguir.