SEM NOME
O que tenho avaliam ser perfeito
E é tanto que nem cabe na lembrança,
Dando-me a contar, a mente cansa,
E sem saber o quanto me ajeito.
O que quero se arranja em meu peito
Coisas que a riqueza não alcança
E sequer de obter dá-me esperança
E assim na vida ando insatisfeito.
Gasto o tempo em ter e o ser reclama
E pela voz da alma, às vezes, chama
A atenção ao que causo e lhe consome.
E me pego a rever o inventário,
Mas o que tenho está no dicionário
E o que quero ainda não tem nome.