VOO DE BESOURO
Voar é forma livre de viver,
Mas para alçar-se aos céus e viver solto
É preciso que o corpo esteja envolto
Em asas leves para se erguer.
Há quem pensa que faz por merecer
Os céus e ver-se na ave em desenvolto
Curso no azul dos ares, mas é chouto
De besouro o que aos céus se está a ver.
Desses besouros as asas são os bens
Que sobre si carregam, são reféns
Do que pesa e os não deixa voar.
Alguns levantam voo, mas sofrem quedas,
Aparência não é asa ou paraquedas,
E dos voos curtos sempre vão tombar.