Asas Encantadas
Caiu o pano! Não mais os palcos das ilusões,
não mais os bailes que atravessavam madrugadas,
nem os saraus pelas noites quentes e estreladas,
para consolar nossos miseráveis corações.
Os saltimbancos não mais saltam pelas calçadas,
os violinos não mais ecoam pelos salões,
as pessoas emudeceram com as patacoadas.
Quanto dano causam os lunáticos fanfarrões!
E o poeta, à luz da noite enluarada,
contemplando a lua em sua janela dourada,
suspira e lança seu olhar pelas amplidões...
...Quisera ter um bom par de asas encantadas
para evolar por celestes plagas azuladas,
e deixar a dor a flutuar nas imensidões.