BOLHA DE SABÃO

Lá fora o mundo é feito de calçada

De gelo em muitas ruas de sabão...

É difícil fugir do escorregão

E fácil ter a cara enlameada.

É raro ver-se rua asfaltada

Com calçadas de piso de salão

E por sobre os pedaços deste chão

A passagem a muitos é negada.

Mas quem de sonho sua mente povoa

E não se deixa por aí à toa,

Maldizendo o sabão, culpando o gelo,

Faz sorvete do gelo, esfria o sonho,

Em bolhas de sabão entra risonho

E ergue sobre o mundo o seu castelo.