POETA DE UMA SÓ VOZ

Insone madrugada, desassossego

De meus anseios mais prementes

Passo muito além de todo o medo

Corrompido não serei pelas gentes

Sou poeta de fímbria e uma só voz

Não me desinquieta o limbo da critica

Pois há muito sei que fica entre nós

Todo o gesto tido e sua assaz lírica

Nada faço para que gostem de mim

Ajo resoluto e eficaz, tudo que é meu

E acaso certo dia não seja bem assim

Vou-me daqui embora para outro lugar

Procurar o teatro de um velho ateneu

Onde meus passos possa desempenhar

Jorge Humberto

24/10/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/10/2007
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