INDIFERENTE
Feliz ou infeliz, pois, tanto faz, que venha
A vida como der! Como puder me dar
Prazer ou desprazer, na dose que restar,
Sem me cobrar depois por nada o que eu não tenha!
Amado ou desamado, indiferentemente,
Não faço uma questão qualquer de mero afago,
Embora eu deva amor, há um resquício pago...
E nada é bom demais que dure eternamente.
Entendo que viver não é favor que presto,
Mas, por certa razão, é meu trabalho honesto,
Tornando a esperança a catedral do engano.
Se for o bem ou mal que me aguardar na esquina,
Terei, no fim, também cumprido a minha sina,
E nada eu levarei comigo deste plano!