MÁSCARAS SEM ALMA
Tem sido assim todas as noites
Rumores rondando as casas
Máscaras sem rumo ou vozes
Circulando sem alma pelas ruas
Circo atroz de urbanos horrores
Num discurso, um remédio me ameaça
Como se não houvera mortes, antes
Quem promete a vida, mata a esperança
Enfio as mãos nos bolsos atônitos
E se as estendesse, ainda assim inútil
Diante da recusa aparvalhada dos tolos
Sigo decidido em busca de alguma saída
Tudo lacrado e sujo, nessa longa noite do Brasil
A morte a reinar soberana, muito maior que a vida.
- por José Luiz de Sousa Santos, no início da noite de 06/11/2020 -