DESPEDIDA

O perfume sutil de seus cabelos

E o roçar do abraço à despida

São momentos da mente entorpecida

Que teima a cada instante em revivê-los.

Se chega a razão em atropelos,

Querendo que a paixão seja vencida,

A intenção depressa é esquecida,

Sem que o peito atende a seus apelos.

O meu tormento é não ter sido franco

E beijado o pescoço fino e branco,

Perdendo as mãos em seus cabelos louros,

Se eu tivesse à porta me virado,

Penso, talvez, tivesse transformado

O que foi breve em laços duradouros.