SOLITÁRIO
Nunca te vi corar presa no abraço
Ou suspirar tremendo em um beijo,
Mas em transe é isso o que faço,
Tomado pela força do desejo...
Sozinho, à noite, perco o embaraço
E na intimidade eu te vejo
E nada negas, dando-me espaço
De desfrutar o amor que tanto almejo.
E de corpo colado ao meu se aninha
O teu e de ti ouço que és a minha
Flor de estimação presa à sua haste.
No abandono total em sua teia
Deixo-me aprisionar, tendo a mão cheia
Do amor sem se dar que ao dia negaste.