ARES

A brisa calma que mal toca o rosto,

A simular quase uma reverência,

Para quem sente leva a essência

De quem espelha a mente ao sol já posto.

E a ventania ao quente mês de agosto,

Roçando as pernas com irreverência,

Para quem sente mostra a saliência

De quem reflete o corpo ao astro exposto.

O amor, essa emoção tão imprecisa,

Às vezes, se confunde com a brisa

Ou com a astuciosa ventania.

E quem ama, sim, com a tempestade

Que, perdida no tempo a intensidade,

Toca o rosto em saudosa alegria.