Soneto idílico
Despertar, olhar pela janela, a luz
Com o mesmo olhar, medir o quintal
Contar quantas flores, vazio matinal
Algo, que minha pobre alma produz
Sei! Já não existia tanta euforia, óbvio
As dores que sinto, não é demagogia
E as lágrimas nos olhos, não é alegria
Pois, todo o meu corpo, é só arrepio
Como é passageiro esses medos vis
Como é núncia essa janela aberta
Quando breve, revela esse céu de anis
E nesse sentimento de íntegro exílio
Tudo é mágico, a manhã que é porta
A tarde azul, que completa meu idílio